O mundo do vinho é amplo e variado. Já se foram os tempos em que os vinhos finos eram exclusivo das potências europeias. Hoje, bons vinhos vêm dos lugares mais inesperados.

As antes chamadas regiões vinícolas do Novo Mundo provaram mais uma vez que seu terroir é tão abençoado quanto qualquer outro. E quando parece que não há mais nada a explorar, somos surpreendidos pelos vinhos uruguaios.

O Uruguai é o quarto maior produtor de vinho da América do Sul, e de forma lenta, mas constante, vem ganhando notoriedade, não apenas por seu vinho, mas por enólogos e viticultores apaixonados que estão levando a indústria vinícola do país a outro nível.

Uruguai, uma novidade com alma velha

O Uruguai compartilha sua latitude sul com importantes regiões vinícolas do Chile, Argentina, África do Sul, Austrália e Nova Zelândia, estando entre as linhas imaginárias de 30° e 35°. Bem no caminho do cinturão de vinho.

Com 175.015 km², o país é abençoado pelos ventos do Atlântico oriental e pela influência meridional do Rio de la Plata. Ainda assim, sua geografia intrincada cria uma miríade de microclimas que permitem aos vinicultores liberar sua criatividade, fazendo vinhos em todos os estilos e perfis.

Com uma população de mais de 3.500.000 habitantes, os uruguaios consomem a maior parte de seu vinho. Mesmo assim, após fortes incentivos e replantios durante as décadas de 80 e 90, as vinícolas do país hoje estão focadas no mercado de exportação. Muitas delas são vinícolas familiares.

Uma Visão da História da Viticultura do Uruguai

Embora os conquistadores espanhóis e portugueses tenham trazido vinhas para as Américas em suas primeiras viagens, a região que atualmente é chamada de Uruguai colheu seus primeiros frutos vitícolas por volta de 1870, após estabelecer os primeiros vinhedos experimentais através das mãos dos viticultores Francisco Vidiella e Pascual Harriague. Francisco Vidiella e Pascual Harriague..

Foi o Monsieur Harriague quem adaptou a variedade Tannat ao terroir do Uruguai, a uva vinífera mais promissora do país, que ainda leva o nome do francês.

Assim como a maioria dos vinhedos do planeta, o Uruguai teve de enfrentar a filoxera, que destruiu os vinhedos em 1893. Como resultado, os esforços de vinificação do país foram minados, forçando os produtores a recomeçar.

As videiras foram replantadas em porta-enxertos americanos resistentes a pragas. Porém, a indústria preocupou-se com quantidade em vez de qualidade, levando à produção em massa de vinhos de qualidade regular.

Somente na segunda metade do século XX, após turbulências sociais, econômicas e políticas, a indústria do vinho teve a chance de se reinventar, seguindo o sucesso de seus vizinhos, Argentina e Chile, e começou a produzir vinhos de qualidade para exportação.

Atualmente, o Uruguai ainda luta para se inserir no mercado internacional, mas com uma caixa por vez do belo Tannat, o carro-chefe do país, está ganhando adeptos em todos os cantos do planeta.

Os Vinhedos e as Uvas

O Uruguai cultiva vinhas em 6.144 hectares. Desse número, 82% pertencem ao departamento de Canelones meridional, próximo de Montevidéu e da própria capital do país. O restante está dividido entre outras doze regiões, em sua maioria ao longo da costa sul do Uruguai.

O Tannat é supremo em quesito quantidade e qualidade. Representa 27% dos vinhedos, seguido do menor Moscatel de Hamburgo (Muskat Trollinger) com 18%, Merlot com 11,6% e Ugni Blanc com pouco mais de 10% da superfície plantada. No entanto, o país acolhe mais de 60 variedades únicas, de Alvarinho a Pinot Noir.

Os vinhedos do Uruguai ainda são jovens, embora as vinícolas familiares já cuidem da terra por gerações. Há um potencial enorme e a cena vinícola do país está apenas despertando.

Uruguai VS Mundo

Não há competição para o famoso Tannat do Uruguai, uma vez que a uva é exclusiva da França e do país sul-americano. O Tannat francês, encontrado na denominação de origem protegida Madiran, é bem conhecido por sua cor escura e paladar rústico, e os amantes da uva são agraciados com seu incrível sabor somente após anos de estágio em garrafa.

Com aromas de frutas pretas e notas de café expresso e grãos de cacau torrados em um paladar complexo, o Tannat uruguaio é mais acessível que seu homólogo francês e entra no mercado como uma alternativa acolhedora aos vinhos encorpados como Cabernet Sauvignon e Malbec.

O Tannat pode ser acessível e enigmático, fácil de beber e colecionável. E enquanto o Uruguai continua a domar essa uva encorpada, uma taça desse maravilhoso vinho que encontrou seu lugar no mercado é a alegria de muitos.

Tannat tem um Lugar Reservado à Mesa

Embora o Uruguai tenha um extenso repertório de vinhos finos, o Tannat lidera a indústria do país, e por um bom motivo: é delicioso.

O Tannat uruguaio é um belo parceiro para queijos duros envelhecidos como Manchego e Cheddar envelhecido e harmoniza muito bem com carnes grelhadas, linguiças e carnes de caça.

Guisados e carnes cozidas também são ótimos pares para esse vinho poderoso e, embora estruturado e frutífero, o Tannat é versátil na mesa e a combinação perfeita é uma boa companhia. Como acontece com todas as coisas boas, o vinho uruguaio deve ser compartilhado.

O futuro parece Reservar Coisas Boas para o Vinho Uruguaio

As videiras são exigentes e não crescem em qualquer lugar. Apenas algumas regiões afortunadas nos hemisférios norte e sul têm a sorte de produzir uvas para vinho. O Uruguai pode até estar entrando no jogo um pouco tarde, mas não há dúvida de que há paixão por trás de cada garrafa de vinho. E onde há paixão, há compradores ansiosos.

Atualmente é possível pode encontrar vinho uruguaio na China, Austrália, Europa e América do Norte, e sua a qualidade está melhor do que nunca. Veremos mais sobre isso, e não falaremos apenas sobre os prestigiosos tintos feitos com Tannat, mas também sobre os Cabernet estruturados, os deliciosos Blends Bordeaux, os elegantes Pinot Noir e os brancos incríveis, produzidos com todas as uvas imagináveis, de Chardonnay a Viognier.

Encontre uma garrafa de vinho uruguaio perto de você e comprove por si mesmo; o Uruguai é o segredo mais bem guardado do mundo do vinho.

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